Crônica:
Futuro da Nação
Domingo
ensolarado, aproveitei para passear e tomar banho na cachoeira. No caminho
parei para observar algumas crianças que estavam a brincar, e pensei comigo:
"Que maravilha ver essas crianças brincando! - mas de repente veio-me uma idéia
- E se não existisse crianças para brincar, como ficaria o mundo? E se não
existisse mundo para elas brincarem'?'. Meus pensamentos foram cortados pelos
gritos de alegria daquelas crianças; de repente senti o desejo de ir brincar
com elas e sai correndo e meus pensamentos ficariam para depois...
Mas, foi em
vão; meus pensamentos voltaram, parei em seco, e novamente pensei: 'Como ficaria
o meu lugar sem eles? Como eles ficariam sem o lugar onde moro? São perguntas
sem respostas, são respostas no ar, sem perguntas suficientes para serem
respondidas, coisas passageiras, coisas pequenas, coisas lindas, coisas maravilhosas...
Mas que ninguém dá valor. 0ps! Ninguém, exceto as nossas crianças, elas sim
sabem apreciar e decorar as paisagens sabem como fazer os adultos rir, chorar,
falar, brigar e até mesmo brincar. São elas que tomam o nosso lugar especial.
Na
cachoeira, enquanto eu tomava um banho gostoso, eu pensei nas crianças pobres do
nosso país e até do mundo inteiro. Pensei em como eles não tinham uma cachoeira
daquelas para se refrescar, não tinham uma casa para morar, roupas para vestir,
lugar para brincar, comida para comer, não têm sequer um carrinho, uma boneca
para brincar: e são tristes, pois, além de terem de viver em lixões, em ruas,
em viadutos arriscam a vida nos asfaltos no meio de carros para venderem algo
que possa garantir o pão do seu dia, não são livres para viverem a infância,
mas são escravos da tristeza, da solidão, do medo, da angústia e de uma
infinita lista escura, escritas com palavras negras, palavras de tristeza.
No dia
seguinte enquanto eu acordo aqui, lá nos lixões as outras crianças já saíram,
enquanto eu vou para a escola, eles vão aniscar as suas vidas nos asfaltos.
Se eu fosse
a dona do mundo, não me importaria muito com os filhinhos de papai, mas me importaria
e muito com os pobres, ajudando-os, construindo casas para eles morarem, escola
para estudarem e emprego para eles trabalharem e sustentar as suas famílias,
pois é da família dos pobres que eu faço parte e é deles que eu tenho orgulho,
pois nunca deixam de lutar para melhorarem a sua situação e a situação do seu
pais.
Pobre não
significa não ter nada ou ser vadio, mas significa luta, perseverança,
tolerância, garra e coragem para enfrentarem o seu dia a dia.
Memórias Literárias:
Infância Adorada
Eu estava
aqui sentado na varanda da minha casa, olhando para o céu quase sem
estrelas..:Na noite nublada.Então. Comecei e lembrar-me da minha infância. Uma infância
que ficou marcada, e que nunca irei esquecer. Uma infância muito diferente da
de hoje.
Eu nasci e
fui criado na Tifa Berlanda. Nunca sai de lá. Eu morava com meus dez irmãos, e
com meus pais em uma casa de madeira, uma casa bem grande.
Todos os
dias, exceto aos finais de semana. Eu levantava da cama muito cedo antes mesmo
de amanhecer. Eu tinha que trabalhar na roça, com meus pais e alguns de meus
irmãos.
Tínhamos que
trabalhar até a hora que começava a escurecer. Apesar do trabalho, eu era uma criança
feliz.
Aos sábados
e domingos, e quando sobrava um tempinho, eu ia brincar com meus irmãos.
Esconde-esconde
era uma das nossas brincadeiras preferidas. Não tínhamos televisão, e nenhum tipo
de tecnologia. Havia dias em que ficávamos a tarde toda subindo em árvores.
Meu primeiro
dia na escola foi um dos dias que mais marcou a minha infância. Isso faz
sessenta e cinco anos, se não me falha a memória. Minha avó fez uma trouxinha
de pano como bolsa para eu poder levar meu lanche e meu caderninho.
A minha
infância, e a infância de hoje são muito, mas muito diferentes.
Hoje, as
crianças fazem o que bem entenderem, na hora que quiserem, mesmo que seus pais
não permitam.
Não era
assim na minha época. O respeito com os pais estava acima de tudo. Quando eles
diziam uma coisa tínhamos que obedecer. E eu, levava surra se ousasse enfrentar
um deles.
Hoje, eu
moro com minha esposa, tenho meus setenta e dois anos de idade. Setenta e dois
anos de pura lembrança. Lembrança, desse meu tempo de criança, que nunca mais
irá voltar.
Poema:
O meu paraíso
Onde eu moro
Tem ribeirão
Onde toca
meu coração
Tem ovelhas que
brilham como estrelas.
Tenho amor pela
flor.
Tenho
carinho pelo vizinho.
Onde eu moro
Os pássaros
voam pelo céu
Onde as
nuvens parecem mel.
Minha casa é
grande
Onde brinco
de pé-grande.
Tem cavalo
Que brinca
com seu cabelo
Tem pássaro que
brinca com seu colega bezerro
E tem a
felicidade que mora em todo Iugar.
Um comentário:
Parabens aos alunos e à professora Yala pela dedicação que ensinou esses alunos!
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